Dúvidas sobre Injeção de Contraste




P. Quando injetar contraste?

R. Avaliar se não há contra-indicações e se o contraste realmente trará benefícios e acrescentará maior acurácia no diagnóstico.


P. Em quais as suspeitas clínicas usualmente se injeta contraste venoso?

R. Tumores, nódulos, caroços, inflamações, infecções, doenças vasculares (aneurismas, malformações arteriovenosas, trombos, p. ex.)


P. Quando não injetar contraste?

R. Recusa do paciente, insuficiência renal (verificar na pergunta abaixo), histórico de reação alérgica significativa.


P. Como avaliar se o paciente tem comprometimento renal que impossibilite o uso do contraste venoso?

R. Fórmula CKD-EPI (clique aqui), usando o valor de creatinina plasmática para o cálculo. Se menor que < 30, não administrar o contraste venoso.


P. Para quais pacientes solicitar creatinina antes do exame?

  • Acima de 60 anos.
  • História de doença renal: qualquer que seja.
  • Hipertensão em tratamento medicamentoso.
  • Diabetes.

P. É necessário que suspenda as medicações?

R. Não. O paciente deve tomar todas as medicações que são usadas rotineiramente, especialmente remédios para hipertensão, diabetes, etc.


P. Posso injetar em catéter central?

R. Deve evitar e dar preferência para acesso periférico. Se não for possível, testar a via central e, caso esteja livre, injetar manualmente com cuidado.


P. Quais os acessos mais indicados?

R. Abocath 20 é o indicado para injeções com fluxo acima ou iguais a 3 ml/sec. Pode-se tentar o Abocath 22, em casos especiais (reduzir o fluxo). Acesso antecubital ou maiores são indicados para a injeção através de bombas. Se o acesso for periférico não devemos realizar injeções acima de 1,5 ml/sec e usar preferencialmente a técnica manual.


P. Mulheres em amamentação podem receber injeção de contraste?

R. Estudos têm demonstrado que é seguro amamentar após a mãe ter recebido contraste venoso. Contudo, caso haja preocupação da mãe, a amamentação pode ser suspensa por 12 a 24 horas.


P. Mulheres gestantes podem receber injeção de contraste?

R. Evitar e usar apenas em casos imprescindíveis para o diagnóstico. Lembrando que exames com radiação ionizante não são recomendados para pacientes gestantes, especialmente no primeiro trimestre de gestação.


P. Quais os riscos com a administração do meio de contraste venoso?

R. São incomuns, especialmente se realizados com equipe capacitada e com uso de material adequado. No caso de contraste iodado, recomenda-se uso de contrastes não-iônicos. Algumas vezes, podem acontecer reações leves, como coceira no corpo ou vermelhidões. Muito raramente podem acontecer reações graves ou mesmo fatais. Reações alérgicas são raras aos novos contrastes iodados (não iônicos) e aqueles a base de gadolíneo, sendo que as reações graves ocorrem em menos de 1% dos casos.


P. Quais os cuidados que tenho que ter após o procedimento?

R. Tomar bastante água e líquidos não-alcoólicos ou alimentos ricos em água. (melancia, abacaxi, p.ex)


P. Quais os cuidados devem ser tomados com o contraste em crianças?

  • Dose máxima de 1,5 a 2,0 ml/Kg.
  • Cuidado redobrado com extravazamento!
  • Protocolo de prevenção e as indicações de pré-medicação são as mesmas do que em adultos.
  • Atenção e cuidado com crianças neonatas (abaixo de 4 semanas), principamente prematuros, devido a imaturidade renal e potencial TFG abaixo de 30.
  • Avaliação da função renal (TFG) em crianças (Equação de Schwartz)


P. Pacientes com asma podem receber contraste venoso?

R. Sim, contudo não podem estar em crise. Avaliar casos de asma grave com cautela.


P. Pacientes em uso de metformina podem receber contraste venoso?

R. Avaliar a função renal, se GRF > 30, o contraste pode ser administrado. Suspender por 48 horas para casos de insuficiência renal.


P. Em casos de alergia a peixe e camarão, o contraste venoso pode ser administrado?

R. Sim, não há contra-indicação para essa situação.